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by Ceano

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1.
navegando azul o mar azul o mar brisa calma a tempestade não chegou ainda ainda estou em paz nesse lençol azul sua orla insiste em desaguar em mim santa proa resiste aí resisto aqui de certo eu lembro de ter tido aquele sonho te ver passar no cais enfrento aquilo que vier, e o que não vier eu vou atrás (onde está você que eu não vejo a tanto tempo e o tempo?) e diz que não importa mais
2.
ai, meu amor como faz pra ser feliz aqui? ser como for, sem me doar demais vender a alma luto por mim, ou finjo que luto por você? rumo ao meu fim, saber voar te faz sorrir com calma (eu não consigo ser assim) sorrir no tempo em que eu quiser (eu não consigo ser assim) mais um, mais dois, mais me tiraram do grupo que organizava a reunião eu me vi estendido na esteira jogada no chão onde estava você, onde estava todo mundo ? segundo lugar como sempre eu vou pra nunca mais voltar (você só pensa em ser assim) chorar, sorrir, o que vier (que enxerguem outro ser assim) mais um, mais mil, mais e todo dia eu vivia sem ter a certeza e cada dia eu queria temer a fraqueza e não podia, sentia, perdia a cabeça me salve de mim, me salve de mim você se queixa.
3.
diz quando eu posso voltar me atende a porta pra não se considerar invasão, invasão. ah, meu bem se você dissesse alguma coisa que aplacasse a solidão que me deixou eu diria que você não é nem perto do que eu quis ou que eu achei que um dia fosse, mas eu me enganei, mas eu me enganei então me diz: quantas mentiras eu tenho que contar pra você acreditar? ah, meu bem não adianta suportar e dizer que somos só o que restou, porque não sou.
4.
Terminal 03:44
me sinto uma estação de trem onde vejo tudo passar, o vai e vem enquanto eu permaneço aqui estático, estático, criando raiz me sinto o corredor de alguém infestado de móveis imóveis sem passar ninguém enquanto eu permaneço aqui estático, elétrico, sem força motriz será que um dia eu vou amar algo que não vai embora no mês que vem? será que valia a pena esperar? mas juro que um dia eu também vou embora sem ter que voltar vi em seus olhos que eu sou criança pra ti (quando não há uma dúvida) uma que ainda não aprendeu a respirar (tudo se torna tão claro) entendo que o mundo pode parecer responder a quem tem mais idade, mas na verdade o mundo é birrento e responde a ninguém. me sinto a esteira do avião carregado de malas, eterna rolagem circular de mão em mão.
5.
Veleiro 02:50
eu queria saber explicar porque eu canso de tanto voltar pro mesmo lugar terei eu perdido as migalhas, ou a linha que eu trouxe acabou ? eu me vejo perdido e longe longe demais pra voltar quando você disse que não era mais uma vez eu fiquei sozinho, coisa que você não fez o barco virou, no meio do mar eu vi no horizonte uma ilha segui a nadar, de tanto remar pensei por que não desistia e me soltei nas ondas, lentamente a afundar respirei meu último suspiro e deixei o mar me afogar alguém me puxou de volta pra superfície levou os meus braços pra frente, até conseguir atracar o vento parou a água feito uma planície convidou a Terra pra dançar, e dançando com ela eu me vi em terra firme.
6.
se me sinto tão sozinho é porque eu sou se me pego distraído eu não sei quem sou pr’outro lado vou saindo me desfaço de nós dois só não peço com carinho, já não sinto dor o quanto a vida me ensinou a NÃO TEMER, a NÃO TEMER o perdedor quantas vezes eu te disse pra fechar essa porta Ana? quantas vezes eu te disse? algum lugar que te eleva e conduz de volta pra um tempo em que você era feliz de verdade vai devagar o seu choro pode nos acostumar, pode nos acostumar o ponto fraco do acaso é nunca entender o que virá e o que parece nunca pertencer na verdade é o que abriga o melhor de todos nós volta e meia eu te digo “me desculpa amor” por favor, me deixa falar eu só quero arrumar uma desculpa convincente meu amor, deixa pra lá vem logo cá, pra gente estar de novo
7.
as luzes piscavam com o frio que gelava sua mão em mim seus olhos eram como dois iglus refletindo o sol, que eu imaginei com certeza. as nuvens vão se perder no céu e aquele instante, acabar sua ilha está tão longe de mim, refletida ao sol, você não me vê, com certeza. meu peito vai se encontrar no teu e de novo vai ficar.
8.
mande notícias pra minha família dizendo que eu estou bem, dizendo que agora eu sou alguém importante, eu tenho meu próprio escritório trabalho das 9 às 6, pode dizer também que já deixei pra trás aquelas idéias de me mudar pra longe, fugir daqui eu juro que eu aprendi dar nó em gravata, amarrar meu sapato fazer meu café dizer uma oração pedir pra ser tudo em vão viver mais feliz e não pensar no amanhã seria tão fácil (tão fácil) viver assim. anota aí, diz que eu nem vejo mais aqueles amigos que me influenciavam, viu? é claro, me sinto sozinho, coração mas eu não preciso de ninguém, eu já tenho tudo tudo bem ah, que saudade de todos vocês ah, como eu quero deixar de ser rei não basta a vida não é assim isso não é normal, não é normal pra mim (descaso feito com carinho) se por acaso achar que eu tenho razão me dê um motivo então que eu volto que eu vivo que eu mostro que estou vivo jogo fora essa carta e fico em paz em paz.
9.
Laguna 04:10
olha filha, quanto tempo eu desperdicei esse moço aqui na foto, eu juro que sou eu! balançando a mão ao vento, com amigos meus meu sorriso não esconde que eu acreditei e ninguém viu. olha, filha, eu te juro que eu também sorri tinha sonhos, dores, vida que eu não me perdi tinha ela e eu no espaço, indo nos deitar seu sorriso me cercava feito um navio a embarcar. supostamente eu que fiz você entrar supostamente eu que fiz você ficar supostamente eu que disse “vamos lá” a culpa nunca é sua, sempre eu que vou levar. (juro, sempre que eu olho por cima desse muro vejo meus destroços nesse mar escuro gelo até os ossos, morto num segundo, sempre que eu olho, sempre) onde tudo for pra sempre, onde vou estar e se tudo for tão quente, permanecer lá te escrevo essas memórias pra você não ler.
10.
A Represa 03:39
saudade vai ficar aqui bem guardada nessa caixa embaixo do meu gaveteiro, que é pra eu nunca mais subir maldade você me seguir bem de perto, curiosa embaixo de uma laranjeira com os pés no chão e cabelos a ventar com a lupa na mão e o sol a me queimar feito um furacão que de tudo vai levar à beira d’água se banhando sem saber que tem alguém te olhando imaginando mil respostas pra te dar se esse galho quebrar asfalto queima os meus pés esperando nessa estrada em cima desse chão de pedra, estendendo a mão pra qualquer um que passar (você em paz, se eu enrolar você em mim, só vai passar) eu tento não seguir você eu posso nunca mais te ver

credits

released August 22, 2016

todas as músicas compostas e escritas por André Vinco.
gravado no Cavalo Estúdio em São Paulo - SP entre Fevereiro e Maio de 2016, produzido por Nicolas Csiky e Ceano.
Foto da capa por Helena Nääs.

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Ceano

banda de rock alternativo e emopb de campinas - SP

uma alternativa à rádio cafona desses tempos sombrios.

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